25/12/2005

Monólogo de Reflexão.

Goya - Cristo Crucificado (1780).
Inicio pelo início. Deus não há, assim como o diabo. Há crença, tal baseada na idealização que, em essência, é uma mentira reconfortante, que desejamos que seja verdade, mas não é. Desejo é o que há, que motiva a força. A força é direito, e este, por sua vez, rege o mundo. Força de várias faces e máscaras, física-socio-intelectual-econômica... política. Há sobrevivência, cuja a força é a manifestação, algo que muitos confundem com vida. Sobrevivência=força=direito=Estado, este último odiado por todos, embora todos dependam dele.

Final Feliz não há, porém há Destino, que nada mais é do que a impossibilidade de mudar o que foi, e de dominar o que será. Morte também há... todos os dias... inexorável e irredutível. Felicidade há, no entanto, ela morre. Pode até nascer de novo - pois isso é morte - mas creio que, de maneira surda e ofuscada, cresça no fundo o abismal desespero, que pode muito bem não aparentar que seja, mas é. A tristeza do sorriso, o desespero da piada. A lágrima do palhaço.

Música Ininteligível e inefável há, esses sons harmoniosos que nada significam, mas nos dizem muito - ultrapassando as barreiras do código simbólico da língua humana (o motivo de tudo isso). Isso que há é música, manifestação de algo que não é material e nem idealização, que creio eu seja aquilo que está no meio de tudo, devorando tudo, destruindo tudo, e que nada mais é do que tudo.

Amor... há? não há? Seja amor de Deus, dos pais, da mulher ou do homem... seja amor de amor... Seja necessidade de amar, acima de tudo, pouco importa o quê, contanto que se ame. O quê? O quê? Necessidade? Amor?