11/12/2006

Sou uma pessoa sem nenhum Preconceito: odeio toda a humanidade na totalidade da sua mesquinharia, sem nenhuma distinção de sexo, credo ou cor. Insisto em conviver com os outros, mas de tempos em tempos recordo do insaciável Sentimento que me consome. Talvez por isso eu seja incapaz de odiar alguém em especial, destilo minhas fúrias com tranquilidade, em voz baixa. Isento de crueldade, e também de misericórdia.


A civilização é produto dos esforços humanos para romper o Tédio, distrair a Angústia, e se frustrar com o Desejo. Só o desgosto e o desassossego nos sacia.

13/10/2006

Reativação

Deixando Marc Bloch, Marcel Detienne, Levi-Strauss e a língua francesa de lado... estou de férias...

Mombojó lançou seu segundo CD, que está muito fraco comparado ao seu primeiro (NadadeNovo), mas esse novo (O Homem Espuma) está muito experimental, o que compromete uma primeira audição pouco atenta, e o torna mais enfadonho. Mesmo assim ainda oferece algo de bom como a "Realismo Convincente":

"Tô te explicando pra te confundir
Tô te confundindo pra esclarescer
Que estou iluminado pra poder enxergar
E estou ficando cego pra poder guiar"

Mas, minha favorita é "Tempo de Carne e Osso", que na cadência de uma batida seca e eletronica, canta com voz perversa:

"Nóis vão fazê você chorá!
Não vai mais ter que me perguntar
Se a vida é para dar prazer
E o velho existe para te ajudar"

Todo mundo devia ouvir Mombojó... pelo menos o primeiro CD...

30/06/2006

A tragédia no country norte-americano.













Trecho de "Folsom Prison Blues" - Johnny Cash.

When I was just a baby my mama told me. Son,
always be a good boy, don´t ever play with guns.
But I shot a man in Reno just to watch him die
now every time I hear that whistle I hang my head and cry...

I bet there´s rich folks eating in a fancy dining car
they´re probally drinkin´ coffee and smoking big cigarrs.
Well I know I had it coming, I know I can´t be free
but those people keep a movin´
and that´s what torture means...

***

Trecho de um texto de autor desconhecido que tenho há anos aqui, mas creio que seja algo referente à literatura esotérica:

"Abençoados sejam os proscritos, e todos os que são eternos forasteiros, onde quer que vão. Aqueles aos quais ninguém conhece, nem se importa, nem fala seu idioma. Os que basta olhar para saber que vieram de muito longe, e que parecem áridos, mas são ardentes como tochas, firmes e distantes como as montanhas. Pois esses dominam o mistério da comunhão, e sabem que estamos todos presos em universos muito distintos, incomunicáveis.
Bem-aventurados os que não confiam nos deuses, e mesmo assim os amam. Os que não necessitam poemas, os que estão além das palavras, os que apenas sorriem e abrem os braços...Os grandes que não ocupam muito espaço, os mínimos, mas, inteiros, os que não querem falar a respeito, os que esqueceram de tudo..."
***
Eu espero que a minha solidão congênita, a gargalhada feroz, a embriaguez da indiferença, a lágrima do palhaço, a fortaleza da distância, as insígnias de forasteiro e os sonhos estrangulados sejam o caminho...
Feliz é quem aprende a viver com a própria tristeza...
(como a faculdade absorveu toda a minha capacidade de formular frases em trabalhos e provas inverossímeis, esse post é constituído quase totalmente por citações).

13/05/2006

Tentatividade de Disjufundir o leivorador.

Arte do meu grande e velho amigo Jaca.
Imperatriz Natasha.
Solapando solares soldos militares, justaconquista dos fazendeiros da guerra, vadifendendo a Nação contra-toda inimizade alheia. Os bebedores dos líquidos sacrificais, Manto-colorindo o ambiente, cetro-poder que comunica com O Invisível, são o outro lado da moeda do Direito dos poderiosos. Esses toma-confiscam o regalígio dos possuitores da carnimatança técnica. Para desgrafrimento dos (des)possuitores de qualquer regalígio de tributaridade, seja de sacra-invisibilidade, ou de regalígio de morte e força.

Tal unifusão, do bronze da luta e da cor do saber, inicomeçou a Históricisão do Tempo, quando inseriu a exteriforça na socio(i)munidade: O Esta-D(o)ireito de violendade. O matadouro e filoverdade unefunde o Ser (sistema aberto realtrocando vidanergia) ao penSERmento. A dominiência do explolianados. Pacência do povolhador, condemetidos à subdiência do Esta-D(o)ireito de carnimatança técnica e do esotecimento religontológico respectiordenamente dos fazendeiros da guerra e dos bebedores dos líquidos sacrificais.
Tente configualiazar tão linguatória fleumatextual até beiratocar o extrelimidade da Loucudez, entenfundindo Palavra e Realidade numa-só Maldição. Lewis Moore Rosa palavreando Dumezil.

01/04/2006

Quando vi ele, nem perdi tempo e já emendei um murro na cara. Não pude ver seu rosto, vivo de sombra apenas, vestindo aquele paletó cinza. Não vi o rosto, mas senti os olhos em mim. Ele caiu no chão com o soco, fui ver de perto e levei um chute no saco escrotal. Senti a agonia me torcendo em decúbito doral numa poça da mais pérfida água, quando abri os olhos senti a força da sola do sapato dele na minha cara. uma, duas, três vezes. Meu rosto, forma disforma forjada no afago da fogalha, sangrando, jorrando vermelho, caiu ao lado. Silencio. Finjo de cachorro morto. Ele não perde por esperar. Seguro o pé dele, e subo, levanto. O baque da sua nuca no chão é violento. Não hesito, fúria feroz fere ferro a soco a cara dele, até doer o punho no duro do dente danificado, sangue meu misturado ao sangue dele. Ergo sua cabeça com os meus punhos. Fito seus olhos, seu rosto vermelho. Vejo o meu rosto vermelho. O meu paletó cinza. Acabo de matar a mim mesmo.
Ele des-acorda. Eu des-espero.

13/02/2006

eu sei q todo mundo vai discordar de mim...

Eu normalmente não assisto TV, embora até goste. Falta tempo mesmo. Porém existe um certo número limitados de programas que aparecem na minha frente quando ligo tão imprevisível aparelho (eles me perseguem). Um deles é aquele da MTV onde procura-se namorados (aquele da apresentadora com boca enorme e suculenta), e onde os jovens brasileiros circunscrevem a própria estupidez.

O que me leva ao estupor é que sempre quando pergunta-se a principal qualidade do pretendente a namorado, a resposta normalmente é: "ele é baladeiro!" É impossível não fazer cara de nojo diante disso. Primeiro lugar vem a minha natural aversão a expressão "balada" (que, por sinal, recorda-me o Antonio Banderas fazendo uma chacina). Céus, eu não possuo a principal qualidade dos jovens brasileiros, subestimo e desprezo totalmente a tal de "balada" (ainda bem que sou nerd e anti social).
Tem aqueles que ainda falam da tal de "dança", porém, convenhamos, o negócio ali é trocar cuspe. No entanto, dificilmente poderia-se usufruir de maneira satisfatória de uma mulher numa "balada". As principais utilidades femininas (além de lavar a roupa e cozinhar, é claro) é a conversação e o sexo. Eu não creio que existam grandes chances de fazer uma dessas coisas numa "balada". Não dá pra conversar com aquele barulho, com pessoas estranhas além do mais. E nem pra trepar com uma desconhecida que surge numa balada meia bebada e vestida de maneira estranha e sensual. Eu não me sentiria bem, ao menos.
Nem mesmo um beijo de língua e uns amassos num lugar barulhento, estranho e cheio de gente em volta podem superar uma ida ao motel com alguma garota que vc sabe o nome, consegue conversar e divertir-se, e ainda possui um mínimo de intimidade. Irão apunhalar-me de insano, nerd e grosseiro, mas é a minha sincera opinião. Talvez a mesma seja fruto da minha total incapacidade de "pegar algo que preste" numa "balada". Apenas não me contento como a maioria dos fracassados que "pegam qualquer coisa" apenas para não passar a noite em branco.

Eis aí a função social da "balada": inflar o Ego dos seus participantes. Qualquer mané consegue "agarrar" uma meia dúzia numa noite, fazendo com que ele consiga vangloriar-se com tal feito (no entanto, eles acabam ficando sozinhos no final da noite... se soubessem o quanto é bom possuir o corpo e a alma de uma mulher, fazendo ela derreter-se ao balança de uma simples lembrança). As garotas, por sua vez, mesmo que sejam do tipo totalmente invisível e transparente na vida real, numa "balada" tornam-se musas disputadas a tapa por um bando de bêbados na seca.

Eu ainda prefiro festinhas onde amigos encontram-se para beber, conversar, dançar, assistir algum show talvez. No entanto, o termo "balada" geralmente acaba designando a procura de alguém do sexo oposto para uma eventual troca de cuspe. Defendo a comunicação e o sexo contra a plastificação dos relacionamentos (as mentes e os corpos precisam relacionar-se, conhecer, sentir, estremecer).

Em busca da intimidade perdida...