25/10/2009

Olhos Inocentes – A Evolução da Visão


No inicio existiam criaturas unicelulares que podiam flutuar de um lado para o outro e farejar algumas mudanças químicas em seu mundo de “caldo primitivo”. “Isto é tudo que existe para ser aprendido”, elas disseram, e continuaram suas existências limitadas, absorvendo e dividindo, absorvendo e dividindo, e criando muitas outras iguais a si mesmas.


Mas uma minoria radical de alguma forma sabia que havia muito mais Lá Fora do que proteínas e cadeias de aminoácidos. Elas podiam sentir isso em seus cílios, flagelos e nucléolos. Elas não tinham como provar, mas sabiam que havia mais a ser conhecido Lá Fora. Embora a maior parte da comunidade bacteriológica rejeitasse essa tese radical e taxassem seus defensores como loucos, uns poucos quiseram levantar o véu e conhecer o restante do universo.


Então eles colocaram a sua vida potencialmente eterna em risco e, com medo e água quente, organizaram-se em monstros multicelulares. Naquele momento transcendente eles ABRIRAM O SEU PRIMEIRO OLHO! Não um olho verdadeiro, claro, mas uma coleção de nervos óticos ativos.


Boa Jogada! Agora elas podiam SENTIR suas conexões com o caldo primitivo que as envolvia, e sabiam um pouco mais sobre o que havia Lá Fora. Isto concedeu-lhes uma vantagem extraordinária sobre os desprovidos de sentidos, os quais tornaram-se seu alimento. Impulsionados por esse novo fluxo de informações, a nação nematóide inventou o sexo. Outra boa jogada, porque assim, além de se multiplicarem como doidos, naquele momento mágico de união enlouquecida, também entravam em contato com um sentimento silencioso nas profundezas de seus nervos.


Ainda havia mais a ser aprendido! E enquanto o restante dos vermes escarnecia e chamavam-nos de loucos, os pioneiros concentraram seus nervos na direção do estímulo fraco, impossivelmente fraco que se dirigia a eles todos. Num momento transcendente eles ABRIRAM O SEU SEGUNDO OLHO!


Luz! Som! Filmes coloridos! Mais uma boa jogada! O universo continuou a se descortinar para eles, numa explosão sensual de informação sobre O Que Está Lá Fora e sua conexão com essa coisa. E eles mergulharam nesse universo de possibilidades – comendo, reproduzindo, assistindo 500 canais de TV a cabo. Um frenesi de diversão sensual mais tarde, o caldo orgânico agora estava cheio desses Filhos do Agrupamento Organizado de Nervos.


Embora algo nas profundezas de suas glândulas lhe dissesse que ainda havia mais a ser conhecido, a maioria deles cometeu o erro de seus ancestrais unicelulares. Eles escarneceram da noção de que ainda havia mais a ser descoberto, e muitas formas de descobrir, e chamaram esses dissidentes de loucos. Muito bem, mais uns pioneiros concentraram sua atenção no som parado e doce que se encontrava do outro lado da consciência sensorial, misturado em alguma parte dentro dos recessos do seu sistema glandular e, num momento transcendente, ABRIRAM O SEU TERCEIRO OLHO!


Mais uma boa jogada! Eles receberam mensagens e informações sensoriais desconhecidas pelo povão ou pelos analistas de sistemas, e tão difíceis de serem explicadas às pessoas comuns quanto ensinar trigonometria a uma minhoca. Eles deram outro salto quântico em seu conhecimento sobre O Que Está Lá Fora e sua conexão inefável com essa coisa. Mas, o resto das pessoas comuns e dos analistas de sistema chamaram-nos de loucos. Bem, vinte e um zilhões de bactérias disseram a mesma coisa a um milhão de anos atrás. E adivinha o que elas são hoje? Bactérias!


Portanto, eu lhe digo: seja louco! Seja voluntariamente insano diante do resto do mundo. Vista a sua loucura individual com orgulho! Derrube a tirania dos mecanismos de abastecimento neurológico e liberte os seus sentidos!


Clan Book Malkavian 2º Edition

24/10/2009

Chove muito agora. Não pára de chover. A vida é muito difícil pra mim. Não do conta de todas as possibilidades que ela me oferece. Acontecem muitas coisas ao mesmo tempo, e nunca paro de ter a sensação que eu estou em outro tempo. Como se eu vivesse num desconcerto temporal. Num desarranjo contínuo, onde tudo que me cerca estivesse acelerado. Eu me sinto lerdo.